Amor... Amor.

Por um breve momento parei de acreditar no amor.
Me feri, feri alguém, e comecei a pensar que o amor em si é uma farsa, vista apenas nos contos de fadas, mas que na vida real não existe de fato.
Eu estava errado.
Talvez o amor que eu pensei sentir e pensei que fosse recíproco, na verdade é que era um conto de fadas, uma farsa.
Amor mesmo é suspirar só de lembrar da outra pessoa. É querer estar perto e ao mesmo tempo estar longe, porque até sentir saudade dessa pessoa é bom.
Amar de verdade é confiar, saber que o outro estará onde for, te amando da forma que você precisa, sendo quem você precisa, precisando de você da forma que você precisa.
É mais forte do que apenas dizer com palavras, é demonstrar em cada gesto, em cada amanhecer acordando junto, brindando a vida com um sorriso sendo dedicado a você. É saber o que o outro está pensando, ainda que nada tenha sido dito, porque você já conhece cada expressão facial, e consegue ver tão fundo nos olhos a ponto de quase poder ler sua mente. E isso assusta, mas ao mesmo tempo tranquiliza, pois é Amor!
Amar é deitar do lado e segurar a mão um do outro até dormirem, é ter o melhor sexo depois de uma briga, e manter isso durante os bons momentos também. É sentir arrepio com a respiração do outro na sua nuca, é se excitar com um beijo mais quente, é sorrir só de ver o outro sorrindo.
Amar de verdade é ficar ansioso pra poder abraçar, é querer correr pra contar uma boa, ou nem tão boa novidade, é querer compartilhar tudo, o mesmo copo, o mesmo cobertor, as mesmas festas, o mesmo melhor beijo do mundo, porque o beijo é sim o verdadeiro medidor do amor. O sexo é secundário, importante, mas secundário. Se for o melhor sexo então, é um sinal de que realmente você está de frente com sua alma gêmea, e isso é bom.
Isso assusta, mas ao mesmo tempo tranquiliza, pois é Amor!
É se completar nas diferenças, é tomar banho junto, é acordar no domingo pela manhã querendo apenas permanecer ali, mas saber que o mundo lá fora grita por vocês e o sol está brilhando muito pra ser trocado pelo quarto escuro (Mesmo que às vezes o quarto escuro seja uma melhor opção. Troque o sol pelo quarto às vezes).
O Amor fala mais alto que as imperfeições, que as falhas, os erros, os medos, a insegurança.
Fala a língua da compreensão, do perdão, da entrega, do viver por si mais que pelo outro, mas o viver por si já inclui o outro.
É querer trocar torpedos, elogiar, telefonar pra dar bom dia quando o dia está corrido, contar que foi promovido, que os planos diários estão ocorrendo bem e que o jantar ainda está de pé, que o cinema está de pé, que o sexo mais tarde vai rolar. Ou então que tudo deu errado, mas apenas ouvir a voz dele ou dela te faz respirar aliviado.
É escrever coisas bonitas, ainda que sem muita poesia. É trocar presentes, é lembrar desse alguém em quase todas as músicas que escuta, é lembrar desse alguém vendo um filme, ouvindo uma piada, sentindo um cheiro bom, comendo algo muito gostoso ou ainda apenas lembrar porque ele ou ela não sai dos seus pensamentos.
É rir junto, chorar junto, crescer junto, planejar, executar, dividir, ouvir, falar, ser quem é, ter quem quer… É amar!
Amar é Amar.
A simplicidade do verbo, a complexidade do sentimento, a entrega do relacionamento… É amar!
Mas calma. Relaxe e curta cada instante.
Saiba dar tempo ao tempo, ele é o verdadeiro mestre, não você nem o outro.
Tudo vai acontecer como tem que acontecer, e isso é o que faz do amor algo mais forte do que a paixão, mais forte que as dificuldades, que a distância, que a ausência de muito o que você queria poder viver mas ainda não pode.
Respire, trabalhe fundo em você mesmo, e então procure ao seu redor o que você pode trabalhar pelo “nós”.
Descubra-se, reinvente-se, aprenda e enfim faça o que tiver que ser feito.
Se o que sobrar for suficiente para você e para o outro, ou para o “nós”, parabéns! Isso é amor.
Mas Amor mesmo é ainda assim muito mais do que tudo isso.
Ainda não aprendi tudo. Na verdade não sei quase nada.
Mas, diga-se de passagem, estou apaixonado! Isso eu sei.
Amar é amar.

Texto de autoria do Rodolpho que também publica seus textos aqui:
http://umgn.wordpress.com